Procurador invadiu gabinete da juíza no Tribunal Regional Federal, em SP
O procurador da Fazenda Nacional Matheus Carneiro Assunção foi preso nesta quinta (3), após tentar matar a juíza federal Louise Vilela Leite Filgueiras, no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. A juíza sofreu ferimentos leves e passa bem. O procurador foi preso em flagrante.
Por volta das 16hs, o homem teria invadido o gabinete da juíza e aparentava estar perturbado. Ele foi até a mesa da juíza e tentou golpea-lá no pescoço. Na sequência, ele teria pego um objeto de vidro e jogado na magistrada.
O procurador estava substituindo um outro jurista que está em férias. Ao ser contido por pessoas que estavam na sala da juíza, ele parecia estar em surto e falava frases sem sentido sobre "acabar com a corrupção no Brasil".

Juíza Louise Filgueiras - Reprodução/TRF3
Entretanto, como o ataque ocorreu em um Tribunal Federal, o caso foi registrado na Delegacia da Polícia Federal, que deve conduzir as investigações sobre o caso.
Por meio de nota a AGU (Advocacia Geral da União) informou que "determinou a imediata abertura de sindicância investigativa no âmbito da instituição" e que "lamenta o ocorrido, fará todos os esforços para apurar o ocorrido, se coloca à disposição da vítima e repudia todo e qualquer ato de violência".
Nota Advocacia-Geral da União
Referente à prisão de um procurador da Fazenda Nacional acusado de tentativa de homicídio de uma magistrada, o advogado-geral da União determinou a imediata abertura de sindicância investigativa no âmbito da instituição. Preliminarmente a AGU foi informada que a tentativa de homicídio ocorreu na sede do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. A Advogado-geral da União lamenta o ocorrido, fará todos os esforços para apurar o ocorrido, se coloca à disposição da vítima e repudia todo e qualquer ato de violência.
Nota Ajufe e Ajufesp
A Ajufe e Ajufesp vêm a público manifestar sua indignação em face do covarde ataque sofrido pela Juíza Federal Louise Filgueiras, nas dependências do Tribunal Regional Federal da 3a Região. A ousadia e a violência do ataque, desferido pelo Procurador da Fazenda Nacional Matheus Carneiro Assunção, trazem à tona grandes preocupações e questões relevantes.
A falta de segurança que acomete o ofício dos Magistrados é crônica. Não se justifica, em nenhuma hipótese, colocar vidas em risco por motivo de restrições orçamentárias. A segurança, a ser garantida por profissionais devidamente treinados, é essencial para o exercício do ofício judicante. A Magistratura carece de um mínimo de tranquilidade para trabalhar em paz. O momento político em que vivemos, por sua vez, com a interdição do diálogo e a polarização ideológica, contribuem para o acirramento dos ânimos e para o desrespeito crescente às instituições. O Poder Judiciário tem sido objeto de ataques vis, que maculam a sua independência e botam em xeque a sua autoridade. Essa quebra de institucionalidade pode causar consequências nefastas para toda a sociedade, autorizando manifestações de ódio que podem resultar em violência de toda ordem. Manifestamos nossa irrestrita solidariedade à colega e pedimos a apuração rigorosa dos fatos. A Magistratura Federal exige respeito e segurança para exercer com a necessária independência o seu mister constitucional.
*Com informações da Agência Record