A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (24) a Operação Ultima Ratio, visando desarticular um esquema de corrupção no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, com suspeitas de venda de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de documentos públicos. A operação envolve o cumprimento de 44 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos estados de Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, São Paulo e Mato Grosso.
A investigação, que também conta com o apoio da Receita Federal, mobilizou 220 policiais federais e tem como alvos figuras de destaque do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). Entre os principais envolvidos estão cinco desembargadores que foram afastados de seus cargos pelo STJ, com a proibição de exercerem funções públicas por um período inicial de 180 dias. Os desembargadores afastados são:
Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJ-MS;
Vladimir Abreu da Silva;
Alexandre Aguiar Bastos;
Sideni Soncini Pimentel;
Marco José de Brito Rodrigues.
Além deles, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), Osmar Domingues Jeronymo, e seu sobrinho, Danillo Moya Jeronymo, que é servidor do TJ-MS, também foram afastados de suas funções.
Essa ação é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual materiais apreendidos indicaram a existência de um esquema de corrupção no Judiciário sul-mato-grossense. O STJ também determinou a aplicação de medidas cautelares, como a proibição de acesso a órgãos públicos, restrição de comunicação com outros investigados e o uso de equipamentos de monitoramento eletrônico por alguns dos alvos.
A operação está sendo conduzida com discrição, e mais detalhes sobre o envolvimento dos investigados, bem como sobre a rede de crimes financeiros associados ao esquema, devem ser divulgados à medida que as investigações avançarem.