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Para Raquel Dodge, Justiça falha quando tarda

Dodge apontou o que chamou de "exagero" na possibilidade de início da execução da pena apenas após esgotados todos os recursos em todas as instâncias da Justiça, quatro no total.

Por Neuza em 04/04/2018 às 08:13

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que o julgamento de um pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira será um dos mais importantes que o STF já fez e defendeu que quando a Justiça tarda, ela falha.

Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, durante sessão do Supremo Tribunal em Brasília 01/02/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, durante sessão do Supremo Tribunal em Brasília 01/02/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino - Foto: Reuters

"Este é, provavelmente, um dos julgamentos mais importantes da história do Supremo Tribunal Federal exatamente porque ele vem na esteira de uma modificação da Constituição brasileira e do novo código de processo civil na expectativa de garantir resolutividade ao sistema criminal do Brasil", disse a procuradora-geral na abertura da sessão desta terça do Conselho Superior do Ministério Público.

Dodge apontou o que chamou de "exagero" na possibilidade de início da execução da pena apenas após esgotados todos os recursos em todas as instâncias da Justiça, quatro no total.

"Este exagero aniquila o sistema de Justiça exatamente porque uma Justiça que tarda é uma Justiça que falha", acrescentou Dodge.

O plenário do Supremo analisa na quarta-feira um pedido de habeas corpus da defesa de Lula que busca impedir que o ex-presidente seja preso antes de esgotados todos os recursos em todas as instâncias do Judiciário contra a condenação a 12 anos e 1 mês de prisão imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá (SP).

Na semana passada, o TRF-4 negou os embargos de declaração impetrados pela defesa de Lula contra a condenação. Uma liminar concedida pelo STF determinou que a prisão do petista não poderia ser decretada até a análise do habeas corpus, marcada para quarta-feira.

Além do caso específico do ex-presidente, o julgamento do pedido de habeas corpus de Lula também tratará de uma questão que tem gerado divisões no Supremo, a possibilidade de início da execução da pena após a condenação em segunda instância.

Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro, foi condenado por receber o tríplex como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contratos na Petrobras.

O petista deve ficar impedido de disputar a eleição por causa da Lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis condenados por órgãos colegiados da Justiça, caso da 8ª Turma do TRF-4 que condenou Lula.

O ex-presidente, que ainda é réu em outros seis processos, nega ser dono do tríplex, assim como quaisquer irregularidades. Ele afirma ser alvo de perseguição política promovida por setores do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal com o objetivo de impedi-lo de ser candidato.

Fonte: Terra

Tags:   Lava-jato Justiça Raquel Dodge
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