Desaparecido desde domingo, 5, o padre Francisco Carlos Souza, de 50 anos, teve a morte confirmada. O corpo dele foi encontrado na tarde do mesmo dia, em um matagal, próximo ao Centro de Treinamento de Líderes, em Itapuã, e reconhecido, nesta segunda-feira, 6, no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues (IMLNR).
O religioso desapareceu após ter celebrado uma missa às 11h na paróquia Santuário da Mãe e Rainha, no Stiep, onde era capelão.
Segundo informações da assessoria de comunicação da Polícia Civil, o corpo foi localizado em Itapuã por volta das 14h30.
Ainda conforme a assessoria da polícia, Francisco Carlos vestia bermuda, chinelos e sofreu perfurações de arma semelhante a um objeto de ferro ou madeira.
Testemunhas disseram tê-lo visto discutindo com dois rapazes por volta das 13h, próximo ao local onde o corpo foi encontrado.
Francisco dirigia o VW Fox, de cor cinza, placa OUJ-5586. O veículo não foi encontrado. Apesar de pessoas próximas suspeitarem de roubo, tendo como resultado morte, a polícia ainda não aponta uma motivação.
O caso está sendo investigado pelo titular da 1ª Delegacia do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcelo Sansão.
Orações
Católicos passaram o dia rezando pelo padre nesta segunda. A responsável pela paróquia, irmã Mirian Fuck, lamentou a morte do capelão. "Ele era muito querido, pedimos para que a Mãe o trouxesse de volta, mas, infelizmente, recebemos essa notícia".
Segundo Mirian, Francisco Carlos formou-se padre há 13 anos e celebrava missas diariamente, inclusive participaria da festa do centenário da Aliança de Amor na próxima semana.
Francisco era mineiro, morava sozinho no condomínio Costa do Atlântico, no Stiep, e não tinha parentes em Salvador.
Moradora de um prédio vizinho ao de Francisco, a professora Cíntia Verena, 37, reclamou da insegurança no local. "Estamos todos assustados, o bairro aqui é muito violento. Vivemos rodeados de marginais", apontou.
Ela contou que uma vizinha foi assaltada dentro do condomínio no Natal. "Carros são depredados, não podemos deixar as crianças brincarem. A rua Augusto Lopes Pontes é escura, favorece a insegurança e os roubos frequentes a veículos", disse.
Cíntia, que frequentava a paróquia onde o padre era capelão, contou que ele era uma pessoa calma e querida. "É lamentável que ele tenha partido devido à insegurança daqui", acrescentou. Antes da identificação do corpo, responsáveis pela paróquia haviam feito uma busca em hospitais e delegacias.
"Ligamos várias vezes para os celulares dele, todos desligados. Fomos ao prédio, mas não encontramos nada suspeito. Então, a Arquidiocese registrou um boletim de ocorrência às 16h de ontem", contou irmã Mirian.
A região do Stiep e Costa Azul é conhecida por frequentes roubos a veículos.