(Foto: Divulgação/Complexo Hupes)
Recebeu alta nesta quinta-feira (30) o paciente que realizou o primeiro transplante de pele da Bahia. A demora da liberação de Jeferson Borges, de 12 anos, segundo o Hospital das Clínicas, lugar onde foi realizado o procedimento, foi devido à falta de higiene e segurança da antiga moradia de alto risco para infecção.
Após doações, a família, que é natural de Candeias, conseguiu uma casa em Salvador com a estrutura adequada para dar continuidade ao tratamento no hospital. De acordo com Dr. Valber Menezes, cirurgião plástico responsável pelo procedimento, é necessário que Jeferson mantenha o acompanhamento no Hospital duas vezes por semana para a realização de curativo.
Jeferson foi acompanhado durante os quase quatro meses no Hospital por uma equipe multidisciplinar formada por médicos pediatras, infectologistas e cirurgiões plásticos, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros. De acordo com a assessoria de comunicação do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Complexo HUPES), mais conhecido por Hospital das Clínicas, o quadro clínico de Jeferson se encontra estável.
Este foi o primeiro transplante de pele realizado na Bahia e ocorreu no dia 25 de agosto. Jeferson transplantou 2500 cm de pele na região dorsal, devido à lesão causada por queimadura elétrica, que comprometeu um membro superior. A criança estava internada no Hospital Geral do Estado (HGE) há 11 meses e foi encaminhada ao Hospital das Clínicas por solicitação da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB).
(Foto: Divulgação/Complexo Hupes)
O enxerto de pele foi possível por meio de uma parceria da SESAB com o banco de pele de Porto Alegre. Além de Dr. Valber, cirurgião responsável pelo procedimento, houve também participação da equipe de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas e do Dr. Carlos Brilha, cirurgião do HGE que trouxe um equipamento com capacidade de aumentar a extensão dessa pele.
O transplante é indicado para casos de queimaduras muito graves, ou lesões em que os pacientes não têm pele do próprio organismo para ser enxertada. Segundo Dr. Valber, o procedimento é igual a um enxerto comum. "Pega-se a pele, lava-se, e a coloca em cima da área descoberta”, explica Menezes.
O médico também falou da possibilidade de perda da pele, quando não sofre adesão ao organismo receptor, que pode ocorrer por diversas razões, dentre elas por conta da pele ser velha, por contaminação ou por ter levado um tempo demorado de enxerto. Segundo o Dr. Valber, o paciente estava em ótimas condições para receber a nova pele.