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Lagoa Grande: décadas de abandono acirra disputas por moradias em Prado

Por Neuza em 25/09/2025 às 18:08

Lagoa Grande: décadas de abandono acirra disputas por moradias em Prado

A ocupação da Lagoa Grande, em Prado, tornou-se um dos episódios mais intensos da política local nos últimos anos, revelando o choque entre interesses empresariais e a luta de famílias em busca do direito à moradia. O caso escancarou não apenas a disputa por um terreno, mas também as contradições históricas da gestão pública no município.

Lagoa Grande: décadas de abandono acirra disputas por moradias em Prado

O episódio ganhou força após declarações de um empresário oposicionista, que classificou os moradores envolvidos na ocupação como “invasores”. A fala incendiou as redes sociais, polarizando ainda mais a opinião pública. Em reação, o vereador Fabiano Rodrigues — parlamentar legitimamente eleito e voz ativa na Câmara — criticou duramente a empresa proprietária da área, que segundo ele, há quatro décadas pouco avançou em transformar o espaço em loteamento.

No centro do embate também está o empresário Franco Baldo, que já foi casado com a ex-prefeita Maira Brito. Durante a sua gestão, Maira não implementou políticas eficazes para amenizar o problema da moradia no município, o que agora reforça a crítica de setores que enxergam na atual crise um reflexo de omissões históricas.

Lagoa Grande: décadas de abandono acirra disputas por moradias em Prado

Fabiano levou o caso ao governo estadual, solicitando investigação para esclarecer a verdadeira titularidade das terras. Sua postura, defendendo o direito das famílias à moradia, conquistou respaldo popular e vem contrastando com a tentativa de setores empresariais de desmobilizar o movimento por meio de campanhas em grupos de redes sociais.

O debate expôs um campo minado político. A fala do empresário Franco Baldo, aliado a grupos de maior poder econômico, acabou por criar distanciamento com a população mais humilde, aproximando-o do gestor Gilvan Produções, eleito em 2024 com 65,76% dos votos. Por outro lado, cresce a narrativa de Fabiano Rodrigues, que se fortalece como defensor dos mais vulneráveis e amplia sua influência em meio ao desgaste da oposição tradicional.

Nesse cenário, a presidente da Câmara, Luciana, tem buscado equilíbrio. Ela tem se aproximado dos manifestantes e dialogado com diferentes correntes políticas, tentando conter a escalada do conflito. O assunto, entretanto, ultrapassou os limites do Legislativo desde 19 de agosto de 2025, quando Fabiano formalizou denúncia sobre supostas irregularidades na área.

Mais do que uma disputa territorial, a ocupação da Lagoa Grande coloca em xeque os limites entre propriedade privada e direito social. O terreno deixou de ser apenas um espaço ocioso para se tornar um símbolo: um campo de batalha em que justiça social, poder econômico e estratégia eleitoral se misturam e podem redefinir o futuro político de Prado.

Fonte: Por redação do Bahiaextremosul.

Tags:   Prado ocupação Lagoa Grande
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