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Em uma decisão considerada histórica, a Justiça Federal determinou nesta quinta-feira (30) o bloqueio de contas bancárias e bens do ex-prefeito de Itamaraju, Dr. Marcelo Angênica, de ex-secretários municipais, da ex-presidente da Comissão de Licitação, Dra. Ceni Oss, e de seu esposo.
A medida foi concedida em caráter de cautelar preparatória, atendendo a pedido formulado pelo Ministério Público Federal (MPF). O processo tramita sob segredo de justiça, mas fontes ligadas à investigação confirmam que a decisão busca resguardar o patrimônio público diante de fortes indícios de fraudes e má gestão de recursos durante a administração anterior.
Desde o início de 2025, empresários do setor de transporte escolar vêm apresentando denúncias sobre supostas fraudes em licitações, direcionamento de contratos e favorecimento de empresas na gestão de Dr. Marcelo Angênica.
Segundo as denúncias, a então presidente da Comissão de Licitação, Dra. Ceni Oss, teria conduzido processos viciados, beneficiando empresas específicas — algumas delas ligadas a financiadores políticos. As apurações apontam ainda que parte dos recursos públicos destinados ao transporte escolar teria sido desviada ou mal aplicada, motivando a atuação do MPF e o bloqueio judicial de bens dos envolvidos.
Paralelamente, tramita na 172ª Zona Eleitoral de Itamaraju uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apura compra de votos, abuso de poder econômico e uso de recursos públicos em campanha eleitoral.
De acordo com a denúncia, empresas beneficiadas por licitações durante a gestão de Dr. Marcelo teriam financiado a campanha eleitoral de 2024 do atual prefeito Jorge Almeida, com a coordenação política do próprio ex-prefeito. A prática, se comprovada, configuraria uso indevido da máquina pública para fins eleitorais, em grave violação à legislação.
O processo eleitoral encontra-se concluso para sentença, e a decisão do juiz da comarca poderá resultar em cassação de mandato, inelegibilidade e até responsabilização penal dos investigados.
A decisão da Justiça Federal é vista como um passo decisivo no combate à corrupção e à impunidade no município. A expectativa é de que novas diligências sejam determinadas nas próximas semanas, incluindo quebra de sigilos bancários e fiscais e o aprofundamento das investigações sobre os contratos públicos firmados no período investigado.
Até o fechamento desta matéria, os citados não haviam se manifestado oficialmente sobre a decisão judicial.
