Durante visita oficial à cidade de Juazeiro nesta quinta-feira (17), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), fez um discurso contundente ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em defesa da soberania nacional e contra o que chamou de “tentativa de golpe econômico” por parte do ex-presidente norte-americano Donald Trump, em referência às recentes declarações sobre aumento de tarifas contra produtos brasileiros.

“Estão tentando golpear o Brasil por outros meios, usando tarifas como arma política. Isso não é comércio justo, é intimidação. Mas nós não vamos baixar a cabeça. Eu amo a minha pátria; ninguém vai tomar o meu hino, ninguém vai tomar a bandeira nossa — verde e amarela”, disparou Jerônimo, aclamado por apoiadores no evento.

O “tarifaço” mencionado por Jerônimo refere-se à promessa de Trump, em sua pré-campanha à presidência dos Estados Unidos, de impor pesadas tarifas sobre produtos agrícolas e industriais do Brasil, caso volte ao poder. A medida, segundo especialistas, poderia afetar fortemente exportações brasileiras, especialmente do agronegócio, impactando diretamente a economia de estados como a Bahia.

A visita a Juazeiro faz parte da agenda conjunta de Lula e Jerônimo voltada à inauguração de obras e anúncios de investimentos no norte baiano. Entre os destaques estão ações na área de abastecimento de água, educação técnica e infraestrutura viária.

Lula, em seu discurso, endossou a fala de Jerônimo, afirmando que o Brasil “não será submisso a nenhuma potência estrangeira” e que “quem quiser negociar com o Brasil terá que respeitar o nosso povo e o nosso projeto de nação”.

“Estamos reconstruindo esse país para o povo brasileiro, para que ele se desenvolva com justiça, com inclusão, e com respeito às nossas riquezas naturais e humanas”, declarou o presidente.

Analistas políticos interpretam o tom mais nacionalista do discurso de Jerônimo como um sinal de alinhamento estratégico com Lula em defesa do projeto político do PT diante das eleições de 2026, bem como uma resposta à crescente disputa simbólica pelo uso de símbolos nacionais, como a bandeira e o hino.

A presença dos dois líderes em Juazeiro foi marcada por grande mobilização popular e reforça o papel da Bahia como reduto político estratégico para o campo progressista nacional.