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Impasse entre pescadores e Fibria continua em Caravelas

Impasse entre pescadores e Fibria continua em Caravelas

Por Neuza em 24/07/2017 às 20:11


Pescadores Artesanais da Reserva Extrativista do Cassurumbá voltaram a fechar pela segunda vez, o Canal do Tomba, que dá acesso ao terminal de barcaças da Fibria, neste final e semana, sábado e domingo 22 e 23 de julho.

Os pescadores já haviam fechado o acesso das barcaças que transportam eucalipto para o porto de Aracruz no último dia 1º de julho. O movimento tem como objetivo reclamar das ações da Fibria Celulose junto a Coompescar (Cooperativa dos Pescadores) que, segundo os manifestantes, é financiada e gerida pela Fibria através de um consultor.

Os pescadores dizem que a Coompescar seria integralmente financiada com recursos de condicionante ambiental determinada pelo IBAMA, em decorrência  dos impactos socioambientais provocados pela drenagem do canal do Tomba, relacionada às operações portuárias da empresa no município de Caravelas.

Os pescadores alegam que os impactos provocados com o movimento das barcaças atingem o território tradicional da pesca, afetando aproximadamente 2 mil pescadores das colônias de caravelas, Nova Viçosa e Alcobaça.

A principal reivindicação dos pescadores é quanto a não participação na cooperativa, criada para facilitar a vida dos pescadores, mais, segundo eles, a cooperativa por ordem do consultor não permite o ingresso deles na mesma. A cooperativa conta com uma fábrica de gelo doada pela Fibria para ajudar os pescadores, mais eles não tem acesso ao benefício por imposição da diretoria que é composta de 24 pessoas e essa diretoria não aceita outros associados, sendo que a região tem mais de dois mil pescadores.

Após o primeiro protesto, houve uma reunião com representantes da Fibria, diretoria da Coompescar, representante da Marinha e pescadores no Centro de Visitantes do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, para discutir medidas para resolver o problema, os pescadores dizem que a cooperativa não é uma coisa particular, que recebem recurso através de uma condicionante ambiental Explicou que o grupo se reuniu porque há muitos anos são explorados pelos atravessadores, e que a chegada do caminhão e da futura Unidade de Beneficiamento é algo positivo e que pode ser uma oportunidade para  melhorar a vida do pescador, mas sem o ingresso na cooperativa isso se torna inviável.

Os manifestantes estão cobrando o direito de todos os pescadores se cooperativar, mas que integrantes do grupo não conseguiram se inscrever. Os pescadores alegaram que a diretoria da Coompescar com a consultoria de Ildeu Linhares está criando barreiras para que eles no se filiem  mam coperativa, primeiro exigiu uma taxa de 3 mil reias, depois passou para 1.500, depois baixou para 300, ai quando os pescadores foram fazer a inscrição, só 18 conseguiram, os outros tiveram a porta fechada na cara, literalmente, segundo eles, além de exigir um curso de cooperativismo que seria dado pela empresa de Ildeu Linhares, contratado da Fibria que está administrando a cooperativa em questão de forma mediana e duvidosa, alegam os pescadores.

Exigências dos pescadores:

*Avaliação conforme acordada pela Coompescar  do curso de cooperativismo ministrada pelo Instituto Diversa em parceria com a UNISOL Bahia e o ICMBio, ou a substituição sumária do consultor Ildeu Linhares Júnior;

*O deposito imediato da cota parte de cooperação para 100 pescadores, escolhidos pelo grupo;

* O pagamento do curso do Instituto Diversa, conforme acordado;

A contratação imediata de uma auditoria para a Coompescar, acompanhada por especialista em cooperativa escolhido pelo grupo dos pescadores.

Segundo os pescadores, algumas questões ficaram acertadas com os representantes da Fibria, mais, mesmo com a ata assinada, a empresa voltou atrás na negociação e os pescadores ficaram impedidos de ingressar na cooperativa. Outra coisa que eles alegam é que a Coompemar não apresenta o estatuto, mesmo sendo reivindicado pela justiça “estão sempre pedindo um tempo, primeiro foram 15 dias, depois mais 15, agora estão alegando que se alguém conseguir ingressar na cooperativa não tem direito a voto por 5 anos” disse um dos pescadores. Entramos em contato com a Fibria para ouvir sua versão mais ainda não recebemos resposta. O residente da Coompemar também não foi encontrado.

Fonte: Neuza Brizola

Tags:   Caravelas protesto pescadores
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