A Fibria, empresa brasileira líder mundial na produção de celulose de eucalipto a partir de florestas plantadas, apresentou em dezembro, os projetos selecionados na sua plataforma de inovação aberta, a Fibria Insight, lançada em agosto. Até outubro, foram recebidos 50 projetos, dos quais 15 foram selecionados para passar por um processo de desenvolvimento do negócio em parceria com profissionais da empresa. Na última fase, de demonstração dos projetos, batizada de “Demo Day”, os classificados apresentaram suas soluções para uma banca formada por executivos e especialistas, que escolheram sete vencedores, dos quais três foram considerados destaque.
Na estreia da plataforma foram lançados dois desafios: o primeiro, relacionado à celulose microfibrilar, buscando ideias que ajudem a Fibria a descobrir aplicações inovadoras para esse produto em diferentes ramos de negócio; o segundo desafio consistia na busca por melhorias no processo de embalagem dos fardos de celulose, hoje feito com arames. Os três projetos de destaque foram das startups Nanomix, CTNano, ligada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Cellugam, ligada à Universidade Federal de Pelotas.
O Projeto da CTNano propõe o uso da nanocelulose em uma tinta especial condutora de eletricidade, que pode ter vários tipos de aplicação, desde circuitos elétricos até baterias de celular e monitoramento de estruturas. A Nanomix apresentou um papel blister para embalagens da indústria farmacêutica que traz vantagens como maior barreira de proteção e menor custo que o alumínio. E o projeto da Cellugam trouxe uma solução de embalagem em novo formato para os fardos de celulose, que utiliza a nanocelulose como ‘cola’.
“Vamos agora construir planos para tirar esses negócios do papel. A riqueza de todo o processo está em construir interações. Vimos que as próprias startups já fizeram parcerias com seus projetos. E o anúncio dos vencedores não quer dizer que os outros projetos selecionados para a final vão ficar de fora. Encontramos muitas soluções que podem ser aproveitadas em algum momento”, avalia Cesar Bonine, gerente do Centro de Tecnologia da Fibria.
A iniciativa prosseguirá com novas rodadas de negociação com os criadores dos sete projetos para aquisição por parte da Fibria ou definição de uma parceria para investimento conjunto, caso o projeto ainda precise de recursos para se tornar operacional. Durante todo o processo, a Fibria contou com a parceria da Techmall, empresa especializada em aceleração de startups, que atuou no refinamento das propostas e construção dos planos de negócio.
Para Fernando Bertolucci, diretor de Tecnologia e Inovação da Fibria, “esse foi o primeiro passo de uma grande jornada, uma construção conjunta e de diálogo aberto. Ficamos muito otimistas com a qualidade dos trabalhos recebidos”.