A exposição ‘Martin Luther King: legado e inspiração’, composta por 15 painéis e textos sobre a vida e luta de um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros no mundo, foi inaugurada na quinta-feira (17), na Biblioteca Pública do Estado, no bairro dos Barris, em Salvador, onde fica em cartaz até o fim deste mês. Nascido em Atlanta, Estados Unidos, em 1929, ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 1964, pelo trabalho de combate não violento à desigualdade racial e pela luta por igualdade, justiça social e paz.
Produzida em parceria entre a Biblioteca Pública Thales de Azevedo e o Consulado dos Estados Unidos, localizado no Rio de Janeiro, a mostra itinerante integra as atividades em celebração do Novembro Negro, período emblemático de mobilizações pelo combate ao racismo, garantia e ampliação dos direitos da população negra.
Para a assessora da Fundação Pedro Calmon (FPC), unidade da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), Cássia Magalhães, a exposição vai ajudar a população a refletir sobre importantes questões. “A luta dele [Luther King] teve um impacto no mundo todo, mas continua. O racismo não acabou. Nós estamos vivendo um momento muito preocupante no nosso País, com as questões raciais, a intolerância religiosa, machismo e homofobia”.
De acordo com a diretora do consulado americano, Viraj LeBailly, a mostra ajuda a estreitar laços e celebrar as semelhanças entre Estados Unidos e Brasil. “Essa exposição tem como objetivo falar sobre uma figura muito importante da história e ilustrar as semelhanças entre os dois países. Para nós, é uma honra e um prazer trazer essa exposição neste mês de novembro em que se comemora as grandes contribuições dos negros na cultura brasileira”.
Débora Leitão é professora e acredita que a mostra representa uma valiosa oportunidade para os jovens que frequentam a biblioteca poderem conhecer mais sobre a história do racismo e a batalha por direitos civis. “A exposição como um todo é estimulante, principalmente pra quem não conhece a história de Luther King. É muito educativa e inspiradora e me despertou o desejo de saber mais e pesquisar sobre o tema. Acredito que será o mesmo para todos que vierem visitar”.
A pedagoga Fernanda Soares afirmou que, apresentar a história de Luther King numa cidade como Salvador, marcada pela história de escravidão, ajuda a despertar a consciência e a opinião critica das pessoas. “É um símbolo de luta, mas de luta pacifica. Ele não se utilizava de violência para levar o pensamento dele, que até hoje permanece como legado para o mundo todo. Essa mensagem é importante ser disseminada, o desejo de mudar as coisas, mas com respeito ao próximo”.
Apoio do Governo
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e demais órgãos estaduais, realiza e apoia diversas atividades na capital e no interior, ao longo do mês, tendo como ponto alto a data 20 de Novembro, instituída como Dia Nacional da Consciência Negra.
As ações integram a agenda da Década Internacional Afrodescendente na Bahia (2015-2024). A programação inclui seminários, eventos culturais, rodas de diálogo, além de entregas e certificações para povos e comunidades tradicionais nos territórios de identidade baianos, em cumprimento ao Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa.