A estudante Ana Luiza Silva dos Santos de Jesus, de 19 anos, morreu após ser baleada durante um confronto entre policiais militares e suspeitos no bairro da Engomadeira, em Salvador, na tarde deste domingo (13). A jovem, que era estudante de estética, havia saído de casa para ir ao mercado quando foi atingida por balas perdidas.
De acordo com familiares, Ana Luiza não tinha envolvimento com qualquer atividade criminosa. Ela foi socorrida pelos próprios policiais e levada para o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo boletim registrado pelos PMs envolvidos na ação, a guarnição realizava rondas no final de linha da Engomadeira quando foi recebida a tiros por suspeitos. Houve revide e, durante a perseguição, a jovem foi encontrada caída em um beco.
O corpo de Ana Luiza foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Salvador. Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento.
A morte da jovem gerou revolta entre os moradores da região, que organizaram um protesto na Estrada das Barreiras, via que dá acesso ao bairro. Durante a manifestação, dois ônibus foram atravessados na pista e objetos incendiados, interrompendo o tráfego. Ninguém ficou ferido.
Policiais e bombeiros militares foram acionados para conter o protesto e apagar as chamas. A via foi liberada no início da noite, mas os ônibus deixaram de circular na região.
Pouco depois, um segundo protesto foi registrado e dispersado por policiais com uso de escudos, bombas de efeito moral e balas de borracha. Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que os manifestantes correm após a ação da PM.
A Polícia Civil informou que investiga o caso e que diligências estão sendo realizadas para localizar os suspeitos envolvidos na troca de tiros. Até o momento, ninguém foi preso.
A Secretaria de Mobilidade (Semob) também se manifestou e afirmou que as linhas que operam na Estrada das Barreiras tiveram os itinerários alterados para evitar a entrada no bairro. Agentes da Semob e da Integra acompanham a situação, mas ainda não há previsão de normalização do serviço.
