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Epidemia silenciosa: Obesidade infantil supera pela 1ª vez desnutrição no mundo, Alerta Unicef

Uma em cada cinco crianças ou adolescentes do mundo está acima do peso, representando cerca de 391 milhões de indivíduos. Quase metade delas apresenta obesidade.

Por Neuza em 11/09/2025 às 17:54

Epidemia silenciosa: Obesidade infantil supera pela 1ª vez desnutrição no mundo, Alerta Unicef

Foto: Reprodução

Pela primeira vez na história, o excesso de peso grave superou a desnutrição como a maior forma de má nutrição infantil no mundo. Um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revela que cerca de 391 milhões de crianças e adolescentes – uma em cada cinco – estão acima do peso, sendo que quase metade delas, 188 milhões, já se encontra em condição de obesidade.

A mudança alarmante marca um ponto de virada na saúde global. Enquanto a desnutrição entre jovens de 5 a 19 anos caiu de 13% para 9,2% entre 2000 e 2025, as taxas de obesidade quase triplicaram, saltando de 3% para 9,4%. Apenas a África Subsaariana e o Sul da Ásia ainda não veem a obesidade superar a desnutrição.

O Cenário no Brasil

No Brasil, esse panorama já é uma realidade há décadas. No ano 2000, a obesidade infantil e adolescente (5%) já superava a desnutrição (4%). De lá para cá, a situação se agravou. Até 2022, a obesidade triplicou, atingindo 15% dessa população, enquanto o sobrepeso dobrou para 36%. A desnutrição, por outro lado, continuou a cair, chegando a 3%.

A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, destaca a gravidade do problema: "A obesidade é uma preocupação crescente que pode impactar a saúde e o desenvolvimento das crianças." Ela ressalta que a crescente substituição de alimentos tradicionais, como frutas, vegetais e proteínas, por ultraprocessados é um dos principais motores dessa crise.

Ultraprocessados: O Vilão da Dieta Moderna

O relatório do Unicef aponta que a principal causa do aumento global da obesidade é a substituição da alimentação tradicional por alimentos ultraprocessados, que são frequentemente mais baratos e acessíveis. As maiores taxas de obesidade foram encontradas em países das Ilhas do Pacífico (acima de 30%), onde essa mudança alimentar é mais acentuada.

Contudo, o problema não se restringe a países em desenvolvimento. Nações de alta renda também enfrentam a mesma crise. No Chile, por exemplo, 27% dos jovens vivem com obesidade. Nos Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, essa proporção é de 21%.

Segundo o Unicef, essa mudança não é resultado de escolhas individuais, mas de "ambientes alimentares prejudiciais" dominados por alimentos e fast foods com altas concentrações de açúcar, sal, gorduras não saudáveis e aditivos. O marketing digital, que atinge diretamente o público jovem, é outro fator que contribui para o problema.

Consequências para a Saúde e a Economia

A obesidade infantil é um grave risco à saúde pública, aumentando a probabilidade de as crianças desenvolverem resistência à insulina, pressão alta e doenças crônicas na vida adulta, como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares e certos tipos de câncer.

O impacto não é apenas na saúde. O Unicef estima que, sem intervenções para prevenir o excesso de peso, o impacto econômico global da obesidade pode ultrapassar US$ 4 trilhões por ano até 2035, sobrecarregando os sistemas de saúde.

O Brasil como Exemplo Positivo

Apesar do cenário preocupante, o relatório também destaca alguns países com iniciativas exemplares, e o Brasil está entre eles. O Unicef elogia medidas como:

  • Restrição de ultraprocessados no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
  • Vedação de propagandas de alimentos não saudáveis direcionadas a crianças.
  • Rotulagem frontal, que informa de forma clara quando um produto tem altos níveis de açúcar, sódio e gordura.
  • Proibição do uso de gorduras trans na produção de alimentos.
  • Essas políticas mostram que a conscientização e a intervenção governamental são essenciais para combater a epidemia de obesidade infantil e garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações.

Fonte: Bahiaextremosul

Tags:   Obesidade Infantil
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