Fotos: o Xarope

Para os que ainda teimam em acreditar num país sem crise e tentam responsabilizar os gestores municipais por todos os problemas que assolam os municípios, o fato ocorrido recentemente no vizinho município de Itapebi, mostra que a crise existe e chegou com força à região.

No último dia 15 de setembro, servidores municipais de Itapebi com salários atrasados fizeram um protesto no trevo da rodovia BR-101, acesso para a Cidade Alta daquele município. Com o movimento, a rodovia federal ficou interditada por três horas.

A manifestação era justa, afinal quem trabalha precisa receber, no entanto, o município alegava não ter condição de pagar por conta da diminuição na arrecadação e pelo aumento do custo da máquina pública. A saída encontrada para o problema foi dispensar cerca de 500 servidores contratados e nomeados para cargos comissionados do município por trinta dias a partir de 1º de outubro.

Com a economia proporcionada pela diminuição da folha, o município vai ter fôlego para quitar os salários atrasados e passar a pagar em dia. A decisão foi tomada pelo secretário de Administração de Itapebi, Wellington Nunes, durante reunião com secretários, assessores e vereadores da base aliada.

O secretário Nunes informou que a decisão teve a aprovação do prefeito Francisco Brito e confirmou que a causa foi mesmo à falta de recursos para efetuar em dia o pagamento dos servidores. A Prefeitura Municipal de Itapebi também iniciou um estudo que visa reduzir os salários de todos os servidores contratados ou que ocupam cargos de confiança. Nessa lista vai entrar todos os secretários e até o prefeito do município.

O anúncio das dispensas deixou Itapebi em polvorosa. De acordo com o secretário Nunes, no corte só serão poupados os médicos e os servidores efetivos, mas, esses últimos terão suas gratificações cortadas. "A Prefeitura não tem condição de manter mais de 800 servidores com os repasses caindo a cada mês”, declarou Nunes.

A notícia das 500 demissões em Itapebi teve repercussão imediata em vários veículos em nível estadual e nacional e, mostra como as últimas medidas adotadas pelo Governo Federal têm fragilizado e comprometido às economias dos municípios. Em alguns destes, os prefeitos estão desesperados, sem saber o que fazer diante da falta de recursos. Já tem Prefeitura baiana com situação sem controle e máquina pública estagnada.