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Confusão no Ba-Vi traz lembrança do Fla x Galo de 1981

Por Neuza em 19/02/2018 às 08:16

A interrupção de um jogo de futebol se dá, em geral, por causa da falta de energia elétrica, de uma chuva forte, com alagamento do campo, e ainda da ameaça provocada por relâmpagos. Fatores externos também incidem, como um distúrbio entre torcedores na arquibancada. Raramente, porém, há situações como a deste domingo (18), no clássico Bahia x Vitória, pelo Estadual, quando nove jogadores foram expulsos e não havia número suficiente para a continuação do clássico.

O jogo, disputado no Barradão, foi paralisado no início do segundo tempo, por causa de uma briga generalizada entre os jogadores. Tudo começou quando Vinicius, do Bahia, comemorou o gol de empate (o placar ficou no 1 a 1) com gestos considerados agressivos pelos adversários. A partir disso, o campo se transformou num ringue de luta livre.

Ainda havia quórum para o reinício da partida. Até então o Vitória tinha sido penalizado com três expulsões, de atletas que estavam atuando – Kanu, Rhayner e Denilson. O Bahia sofrera quatro baixas, mas dois deles figuravam entre os reservas. Na sequência, numa jogada desleal, Uillian Correira foi o quarto do Vitória a receber cartão vermelho.

Com sete em campo, o Rubro-Negro forçou outra expulsão, depois que o zagueiro Bruno Bispo, supostamente orientado pela comissão técnica, chutou a bola para longe, quando havia uma falta para o Bahia cobrar. Como já tinha cartão amarelo, acabou recebendo pena máxima. Manda a regra que o jogo seja interrompido quando um time tenha menos de sete jogadores em condições de atuar. Foi o que aconteceu no Barradão.

Um jogo que entrou para a história do futebol brasileiro em razão do mesmo problema – ausência de número mínimo de atletas – é motivo de controvérsias até hoje. Foi no Flamengo x Atlético-MG, em 21 de agosto de 1981, disputado no Serra Dourada, em Goiânia, válido pela primeira fase da Libertadores. Os dois times disputavam uma vaga à semifinal. Antes, haviam empatado nos confrontos realizados no Maracanã e Mineirão – ambos por 2 a 2.

Logo no início, após uma falta em Zico, Reinaldo foi expulso. Minutos depois, Éder levou cartão vermelho por reclamação e o mesmo destino tiveram Chicão e Palhinha naquele jogo.

Com sete em campo, e sem reservas – todos os suplentes e comissão técnica do Galo também tinham sido excluídos pelo árbitro José Roberto Wright -, os jogadores do Atlético-MG começaram a simular um cai-cai. Formou-se nova confusão e Osmar também foi expulso. A partida teve então de ser interrompida, aos 37 minutos do primeiro tempo, com 0 a 0 no placar.

A Confederação Sul-Americana de Futebol homologou em seguida a classificação do Flamengo e o time carioca chegou ao título, superando na final o Cobreloa, do Chile.

Trinta e sete anos depois do incidente, todos no Galo ainda acusam Wright de responsável direto pelo que ocorreu. Para Reinaldo, João Leite, Éder e demais atleticanos, ele entrou em campo disposto a ajudar os cariocas. Wright se defende e diz que apenas aplicou a regra.

Fonte: Silvio Barsetti

Tags:   Futebol Barradão BAxVI Briga
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