SÃO PAULO — Com a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o novo lote de 4,8 milhões de doses da CoronaVac, a vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, poderá ser distribuído para estados e municípios, aliviando, em partes, o temor de que a vacinação poderia ser interrompida por falta de vacinas. A autorização vale para qualquer dose produzida em território nacional a partir de agora.
A aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária é vista como essencial para a criação de um fluxo contínuo de oferta da vacina no Brasil. O Instituto Butantan possui 10,8 milhões de doses da CoronaVac: 6 milhões já foram distribuídos nesta semana para estados e municípios, dando início à campanha de imunização, e foram importados da China. Os 4,8 milhões de doses que são alvo da análise da Anvisa foram fabricados em território nacional.
A estimativa do Butantan é conseguir, nos próximos meses, produzir 1 milhão de doses da vacina por dia. Com a liberação pela Anvisa, essa produção já está liberada e pode ser distribuída assim que for produzida.
Todas as doses já foram adquiridas pelo governo federal. O contrato do Ministério da Saúde com o Butantan prevê a compra de 46 milhões de doses da vacina que serão enviadas até abril. O governo federal já tem acertada também a compra de outras 54 milhões de doses da vacina nos meses seguintes.
Para o lote de 4,8 milhões de doses produzidas no Brasil e autorizadas nesta sexta-feira pela Anvisa, o Instituto Butantan ainda não tem informações sobre o prazo de entrega. O carregamento, assim como o primeiro, será enviado ao centro de logística do Ministério em Guarulhos e, de lá, encaminhado para todas as regiões do país, seja por avião ou com caminhões.
A produção contínua depende, contudo, da chegada de insumos da China. Embora a fabricação seja feita no Brasil, é necessária a importação do chamado Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que não é produzido no Brasil. Um lote de 5 mil litros, capaz de produzir 5 milhões de doses, está no Aeroporto de Pequim à espera de liberação do governo chinês. Autoridades do governo de São Paulo esperam que a liberação ocorra até semana que vem.