Nem a Coelba nem a terceirizada Engelmig ainda se manifestaram para explicar  a respeito da queda de um fio de alta tensão que quase mata 4 crianças no distrito de Barrolândia, em Belmonte. O acidente ocorrido na quarta-feira (5), chocou o Extremo Sul da Bahia e chamou a atenção para a necessidade de fiscalização eficaz do trabalho realizado pela empresa e suas empreiteiras. Seria este um fato isolado ou estamos correndo perigo de morte sempre que passarmos sob a fiação? A nota curta e irresponsável emitida pela Coelba evidencia a falta de compromisso com a comunidade.

Acidentes acontecem, mas, em se tratando de um risco tão grande, é preciso redobrar o cuidado, principalmente no trato com o consumidor. Não só as famílias das crianças, que quase morreram, precisam de esclarecimento, mas, toda a sociedade. O fio de alta tensão se soltou bem na hora que funcionários da Coelba estavam fazendo reparos na rede. Moradores que estavam no local se revoltaram com os técnicos da empresa e foi preciso a intervenção da Polícia Militar para resguardar a integridade física dos mesmos.

Três das 4 crianças sofreram queimaduras de terceiro grau e tiveram seus órgãos internos afetados. Foi preciso transferi-las para Salvador.

A nota curta emitida pela empresa demonstra arrogância diante do fato. Ela não explica, não se responsabiliza, não busca soluções, não alerta para o perigo, não mostra empatia com as exigências da comunidade. A empresa se sente protegida pelo monopólio ou seria por algum acordo alheio a vontade do povo?

Essa arrogância é a reverberação em nível mais intenso das frequentes denúncias, pedidos e apelos  feitos pela comunidade e que são desconsiderados pela empresa.  Entre os mais comuns, transtorno e prejuízo por aparelhos danificados e falta de potência na rede elétrica.
Após contato com a empresa, a resposta é: “o problema já foi até identificado”. Claro que o problema está identificado, principalmente pelo consumidor. Porém, nenhuma providência é tomada e tudo continua do mesmo jeito.