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Células- Tronco armazenadas há 16 anos continuam com sua capacidade regenerativa intacta

Pesquisa revela que material coletado demonstra viabilidade celular adequada

Por Neuza em 19/10/2016 às 06:39

O sangue do cordão umbilical do bebê é rico em células-tronco. Coletando e preservando o material no momento do parto, existe a possibilidade de dispor das células-tronco de forma imediata, o que pode ajudar o doador ou um integrante da família no tratamento de enfermidades graves como leucemias, falências medulares e outras doenças hematológicas. Além dessas, outras enfermidades estão em estudo avançado, como Diabetes Tipo 1, doenças neurológicas e, até mesmo, a cura da Aids.

O conceito tradicional de que o sangue de cordão umbilical só podia ser utilizado em crianças e que perdia a viabilidade nos primeiros 10 anos se modificou após um estudo da revista Transfusion, publicação oficial da Associação Norte-Americana de Bancos de Sangue (AABB). Os pesquisadores avaliaram 677 transplantes de sangue de cordão umbilical, em pacientes com idade entre 01 mês e 68 anos, ocorridos em 133 centros de 47 países diferentes e com armazenamentos variando de meses a 16 anos. Os resultados clínicos do transplante foram bons e não foram influenciados negativamente pelo tempo de estocagem, reforçando dados previamente reportados, que mostram viabilidade celular adequada em sangue de cordão umbilical estocado acima de 15 anos.

Para Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, estes resultados são extremamente positivos. “O uso crescente do sangue de cordão umbilical, principalmente na Europa e EUA, seja para uso hematológico ou regenerativo, prova clinicamente que as barreiras do tempo não existem. A doença pode aparecer em qualquer idade. Isso sugere que, se o processamento e a estocagem forem realizados adequadamente (mantidos em temperatura inferior a -150 C), a expectativa é que as células-tronco continuem boas e viáveis por muitos anos”, comenta.   

O especialista ainda ressalta que as chances de uma pessoa vir a utilizar suas próprias células-tronco para tratamento não são nada desprezíveis. Estudos calculam que a probabilidade de uma pessoa necessitar de células-tronco para o tratamento ao longo da vida é de cerca de 1 para cada 200 pessoas. “As condições atuais do país, como a opção de um único filho e a crise financeira, que afeta diretamente os programas de saúde pública, são alertas importantes, pois o irmão consanguíneo é o melhor e mais provável doador biologicamente seguro. Além disso, os diversos estudos e investimentos na área, bem como a crescente alternativa do transplante autólogo, fazem da coleta de sangue de cordão umbilical um investimento preventivo para as famílias”, finaliza Tatsui.

Fonte: Natália Galluzi

Tags:   Saúde células tronco
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