Um catequista identificado como José Antônio Silva, de 47 anos, está sendo procurando pela Polícia Civil do Distrito Federal sob a suspeita de ter estuprado pelo menos 12 crianças, com idades entre 4 e 12 anos, na região do Guará, no DF. Esse número, porém, pode ser maior. Segundo informações dos investigadores, há ainda seis outros casos sendo apurados.

Até o momento, 12 vítimas foram identificadas pela 4ª DP (Guará), informou o delegado-adjunto Douglas Fernandes de Moura. Com relação a outras, a polícia segue investigando e já tomou ciência de outros seis casos.

Contra José Antônio foi expedido um mandado de prisão preventiva e ele segue foragido. Moura afirmou que já faz mais de um mês e meio que ele não é visto na região, onde também mora sua família. Os abusos mais antigos, segundo o delegado, ocorreram na própria casa dos pais dele.

— O último abuso de que temos conhecimento foi em dezembro de 2018. A vítima nesse caso tem 4 anos. Ele se valia da confiança das pessoas e usava a mesma estratégia para atrair as crianças a seu quatro: chamava para mostrar desenhos, jogar video game — afirmou o delegado.

A investigação começou quando uma vítima, que hoje está adulta, procurou a polícia para denunciar um abuso sexual que ela teria sofrido na infância, até aproximadamente seus 8 anos de idade. Segundo Moura, a vítima contou em depoimento que decidiu acusar o catequista após tê-lo visto se aproximando do filho. Até então, a vítima manteria segredo, em respeito aos pais do agressor, que estão enfermos.

— Os pais do José Antônio são idosos. A mãe é cardíaca e o pai tem Alzheimer. O pessoal queria poupá-los, razão pela qual informam não terem denunciado antes. Uma das vítimas mais velhas decidiu denunciar quando ele se aproximou do filho. Isso fez com que revivesse a história — disse.

Ainda de acordo com Moura, os parentes e pessoas próximas de José Antônio ficaram chocados ao serem informados sobre as acusações.

— Ninguém desconfiava — disse. — Todos eles falavam que era uma pessoa rodeada de crianças, que todos gostavam dele, que ele não tem uma passagem criminal. José Antônio vivia de bico. Ele tinha esse trabalho na igreja e também ajudava numa escolinha de futebol. Estava acima de qualquer suspeita.

Na paróquia onde José Antônio dava aulas de catecismo (ensinamento dos dogmas da Igreja Católica), o sentimento também foi de espanto.

— Nós conversamos com o padre e ele ficou totalmente surpreso, horrorizado — relatou Moura.