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O estado da Bahia será representado nos Jogos Paralímpicos de Paris por oito atletas, nas modalidades de atletismo, futebol de 5, halterofilismo e vôlei sentado, todos eles são beneficiários do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, nas categorias pódio, internacional e paralímpica. O Mundial acontece de 28 de agosto a 11 de setembro, com a participação de 4.400 esportistas com deficiência.
A 17ª edição dos Jogos Paralímpicos contará com a maior quantidade de atletas brasileiros em competições internacionais: 280 no total, dos quais 274 fazem parte do programa Bolsa Atleta, ou seja, 97,86% dos convocados. Entre os bolsistas, mais de 63% são beneficiados com a mais alta categoria do programa, a Bolsa Atleta Pódio. Somente no ano de 2023, o valor investido nos atletas das modalidades paralímpicas, referente aos editais de dezembro de 2022 (Bolsa Pódio) e janeiro de 2023 (Bolsa Atleta), foi de mais de R$57 milhões.
Entre os oito atletas baianos convocados está a maratonista Edneusa de Jesus Santos. Em sua estreia na seleção, nos Jogos Rio 2016, tornou-se a primeira medalhista paralímpica brasileira em maratonas. Edneusa conquistou a prata no Mundial de Maratonas de Londres em 2019, e o bronze nos Jogos Rio 2016. Desde o seu nascimento possui baixa visão decorrente de uma rubéola que sua mãe adquiriu na gravidez.
Raissa Rocha Machado é natural de Ibipeba. Aos 12 anos, começou a praticar lançamento de dardo. No Mundial de Kobe 2024 conquistou o ouro, também foi ouro nos Jogos ParapanAmericanos de Santiago 2023, e prata em Tóquio 2020.
Natural de Juazeiro, Samira da Silva Brito foi identificada como potencial no atletismo por um técnico, em 2008. Atualmente, Samira é a segunda colocada no ranking mundial nos 100 e 200m da classe T36. Suas principais conquistas foram a prata nos 200m nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, em 2023.
Na delegação da Bahia estão três jogadores do futebol de cegos, Cássio Lopes dos Reis começou na modalidade aos 20 anos de idade. Atualmente, atua na seleção brasileira de futebol de 5, exclusiva a deficientes visuais, na qual representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Verão de 2016, no Rio de Janeiro. Um deslocamento de retina seguido de catarata tirou a visão de Cássio, aos 14 anos.
Eleito o melhor jogador do mundo em 2010, Jeferson da Conceição Gonçalves, o Jefinho, passou pelo atletismo, mas se encontrou no futebol de cegos, aos 12 anos. O baiano de Candeias começou na natação, mas aos sete anos, um glaucoma ocasionou a perda total de sua visão. Jeferson foi bronze na Copa do Mundo em Birmingham 2023, tetracampeão dos Jogos Paralímpicos (Tóquio 2020, Rio 2016, Londres 2012 e Pequim 2008), além de outras conquistas.
Um dos mais novos jogadores do time Maicon Junior Mendes dos Santos Mendes perdeu a visão devido a um glaucoma congênito. Conheceu o futebol de cegos em 2013, quando passou a ter contato com a modalidade no Instituto de Cegos da Bahia e integrou a Seleção Brasileira nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens 2017.
Também está na equipe da Bahia o halterofilista Evânio Rodrigues da Silva, natural da cidade de Cícero Dantas. Ele começou a praticar halterofilismo em 2010 a convite de um amigo. Evânio teve poliomielite aos seis meses de idade, o que causou o encurtamento de sua perna direita.
O atleta do vôlei sentado Márcio Borges dos Santos fará a sua estreia nos Jogos Paralímpicos de Paris. Ele tornou-se atleta paralímpico em 2011 por incentivo de um amigo que já praticava a modalidade. Doze anos depois, foi convocado para a seleção brasileira principal pela primeira vez. Foi campeão panamericano da modalidade em 2023, bronze no Mundial da Bósnia 2022, e pentacampeão brasileiro de vôlei sentado.
Bolsa Atleta
A maioria dos atletas que compõem a delegação paralímpica brasileira é beneficiária do programa Bolsa Atleta. O Bolsa Atleta é um dos maiores programas de patrocínio individual de atletas no mundo. Desde sua criação, em 2005, até junho de 2024, já foram investidos R$ 1,77 bilhão em seus beneficiários. Até hoje, 37.595 atletas foram contemplados, e 105 mil bolsas foram concedidas.
O programa garante condições mínimas para que atletas de alto desempenho — que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais — possam se dedicar, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e às competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.
A categoria Bolsa Pódio, a mais alta do programa, começou a ser paga a partir de 2013. Ela prevê repasses de até R$ 16.629,00 mensais e é destinada a atletas com grandes chances de conquistar medalhas em eventos internacionais, posicionados entre os 20 melhores do ranking mundial em suas modalidades.