Publicidade Davaca novo

Anvisa aprova Mounjaro para perda de peso, ampliando opções no tratamento da obesidade

Por Neuza em 10/06/2025 às 20:00

Anvisa aprova Mounjaro para perda de peso, ampliando opções no tratamento da obesidade

Foto reprodução: Banco de imagens: Shutterstock

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu um passo importante no tratamento da obesidade, aprovando a utilização do medicamento Mounjaro (tirzepatida) para auxiliar na perda de peso. Fabricado pela farmacêutica americana Lilly, o Mounjaro se junta ao grupo das chamadas "canetas emagrecedoras", que já inclui o Ozempic e o Wegovy (semaglutida), além do Saxenda (liraglutida).

O fármaco já tinha aprovação no Brasil desde 2023, mas sua indicação em bula era restrita ao tratamento do diabetes tipo 2. Com a nova decisão, o Mounjaro poderá ser prescrito para pessoas sem diabetes, desde que apresentem índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 kg/m² (obesidade) ou acima de 27 kg/m² (sobrepeso) associado a alguma comorbidade.

Para Alexandre Hohl, diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a inclusão dessa nova indicação terapêutica para a tirzepatida "consolida a geração de medicamentos que podem modificar totalmente a vida das pessoas que vivem com excesso de adiposidade". Ele destaca a inovação do Mounjaro: "A tirzepatida é inovadora, pois utiliza um duplo mecanismo hormonal (GLP-1 e GIP), enquanto as moléculas anteriores utilizam apenas o GLP-1. Todas são moléculas eficazes e seguras, sendo que agora temos um arsenal terapêutico mais amplo e com isso mais pessoas podem ser beneficiadas", complementa Hohl.

 Preço e Cuidados no Tratamento

Apesar da novidade, o preço das canetas injetáveis continua sendo uma barreira de acesso para muitos. O Mounjaro começou a ser vendido no início deste mês, com a dose mensal podendo variar de R$ 1,4 mil a R$ 2,3 mil, dependendo da dose. Em comparação, medicamentos com outros princípios ativos, como Ozempic e Saxenda, variam de R$ 600 a cerca de R$ 1 mil.

Fábio Moura, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, reforça que, embora essas drogas demonstrem eficácia e segurança, o tratamento exige mudanças significativas no estilo de vida do paciente. "Tem que manter uma alimentação adequada, tem que fazer exercício físico. Ou seja, não adianta só tomar esse remédio e não fazer outra parte", explica.

Moura também alerta para os efeitos colaterais, principalmente gastrointestinais, e ressalta que as canetas não foram testadas em gestantes ou lactantes, portanto, essas pessoas não devem usar o medicamento. No entanto, ele aponta que as drogas "possivelmente têm um efeito de proteção renal e hepática e são seguras do ponto de vista cardiovascular e psiquiátrico".

A aprovação do Mounjaro representa um avanço no combate à obesidade, oferecendo mais uma opção terapêutica para pacientes que buscam auxílio na perda de peso. A decisão sublinha a importância da combinação do tratamento medicamentoso com hábitos saudáveis para resultados duradouros.

Fonte: Bahiaextremosul

Tags:   tratamento obesidade mounjaro
publicidade