Onze animais bovinos e um equino morreram este ano em decorrência da raiva nos municípios de Itanhém e Medeiros Neto, no extremo sul da Bahia. Os primeiros casos foram registrados no mês de abril, e três novos casos foram registrados no mês de outubro.
A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) confirmou que foram 11 casos no município de Itanhém e um no município de Medeiros Neto.
Os registros começaram na cidade de Itanhém, um deles na propriedade de Irineu Prudêncio, onde uma égua morreu, o único equino entre os casos confirmados.
O estado de alerta em fazendas da região é por causa do morcego hematófago, que mede em torno de oito centímetros e, se tiver infectado, pode ameaçar um rebanho inteiro com apenas uma mordida.
Criador de bovinos e equinos, o pecuarista Irineu Prudêncio contou que essa foi a primeira vez que ele perdeu um animal por causa da raiva, e o caso ocorreu por consequência de um descuido com o atraso das vacinas.
“Ocorre que eu sempre vacinei no período normal, e dessa vez faltou vacina aqui em Itanhém. Eu em vez de tomar providência em outros municípios, também não tomei, aguardei chegar a vacina aqui. Nesse período de espera, aconteceu esse fato aí”, disse.
Depois que o animal é mordido pelo morcego infectado, a doença pode passar por um período de incubação de até três meses, mas assim que os primeiros sintomas começam a aparecer, como por exemplo, a fraqueza nas patas traseiras, a evolução da doença é muito rápida, e o animal acaba morrendo em uma semana no máximo.
O fiscal agropecuário da ADAB, Joesley Ramalho, que também é veterinário, explicou como a doença se manifesta.
“Gados têm manifestações furiosas, então raiva a gente associa à fúria. Mas no caso dos herbívoros a sintomatologia apresentada está avaliada à paralisia dos membros. O animal começa com um andar cambaleante com o tempo, e a progressão da doença, o animal perde a capacidade de manter em estação, ele perde a capacidade de locomoção dos membros posteriores, anteriores. Vai ao decúbito external e lateral, progredindo ao óbito”, disse.
Ele ainda reforçou que, quando um caso suspeito de raiva for identificado, é preciso comunicar ao órgão fiscalizador.
“Assim que houver suspeita da doença procure imediatamente órgão oficial de defesa, comunique a suspeita clínica para que desdobramentos posteriores possam ser realizados. Uma outra situação interessante que o produtor pode contribuir muito no controle da raiva é a comunicação em estágio de possíveis abrigos de morcegos hematófagos, para que a gente possa fazer as capturas, fazer o controle populacional do vetor, que é o morcego hematófago”, disse.
Assim que suspeitou que a égua da raça manga larga marchador estava com raiva, Irineu procurou a ADAB, que comprovou a doença por exames laboratoriais. Depois do prejuízo de R$ 20 mil, o pecuarista aprendeu que em casos como este a espera não foi a melhor escolha.
“Vale a pena sair, procurar aonde tem, não ficar aguardando chegar, porque nesse perído de ficar aguardando chegar, é que realmente ocorre o prejuízo. Eu aprendi sentindo na pele mesmo o que ocorreu. Vacinei todos e agora eu tenho uma obrigatoriedade de fazer durante dois anos, as vacinas a cada seis meses.