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35 anos de Teixeira de Freitas- Histórias que vivi

Por Neuza em 09/05/2020 às 11:14

Foto- Reprodução

Em 1º de maio de 1975, com apenas 15 anos, aqui cheguei junto com meus pais e irmãos, vindos da pequena comunidade de Massaranduba, que na época pertencia ao município do Prado. Minha irmã que trabalhava no antigo Hospital Santa Rita, hoje UMMI, convenceu meus pais a se mudarem para cá, pois com muitas serrarias que aqui se instalaram a chance de trabalho era melhor.

E assim com os poucos pertences que tínhamos, meu pai alugou uma S10 de carroceria, colocamos os poucos móveis e numa casa alugada ali onde hoje é a Rua Dom Manoel fomos morar em frente ao Campo do Deusdeth (in memorian). Fazia muito frio e para nos aquecermos ficávamos sentados em uma pilha de estacas que seria usada para cercar o campo.

Depois de um mês, um tio do meu cunhado, (Nonga) (não me lembro o sobrenome), nos ofereceu uma casa na rua do fundo da Casa Cazelli. Dormir? Quase impossível, a zona boemia (Brega) funcionava a todo vapor devido a grande quantidade de madeireiros que aqui chegavam. As algazarras e as brigas eram constantes e como morávamos próximo à esquina da Rua Mauá, era quase impossível ter uma noite de sono tranquila.

Moramos no local pouco tempo. Meu pai soube que o senhor Lourenço açougueiro, assim conhecido por ter um açougue na Rua Paraíba e ser dono das terras onde hoje é o bairro São Lourenço e parte da área da região do Bretas, resolveu lotear a área para pessoas carentes.

Para conseguir um lote de 10X30, bastava ter 20 Cruzeiros e pagar para o Sr. Joel, tio de Carlito que trabalha na prefeitura e seu filho medir o terreno, a madeira para construção dos barracos era doada pelas serrarias que só aproveitavam a madeira de primeira, o resto era descartado.

Mas o nosso primeiro terreno não foi doado, meu pai foi conversar com o Sr. Joel e ele mostrou um onde hoje é a Rua Bahia, na época, era um brejo, meu pai disse que não era sapo e foi procurar o Sr. Lourenço que lhe vendeu um terreno na Rua Dom Manoel por R$ 3 mil cruzeiros divido em várias parcelas, que minha mãe terminou de pagar lavando roupas para a sogra de Temóteo Brito e outras pessoas.

Participei de várias políticas, cheguei até ser candidata à vereadora, fui eleita, não assumi. A primeira política que participei foi de Caboquinho, era cabo eleitoral do saudoso Militão Guerra, depois, vieram ás campanhas de Wilson Brito (MDB) e Temóteo Brito (PDS), outras vieram, como as campanhas da família Pinto, com um tempo me afastei da política. A última que participei ativamente foi a do vereador Valdeci Andrade, com o tempo percebi que não valia a pena.

Aqui casei, tive meus três filhos. Hoje tenho uma neta, e muitas histórias dessa cidade que me acolheu e que amo, e hoje completa 35 anos de emancipação política. Se Teixeira hoje é uma cidade, temos que agradecer a Temóteo, um visionário que sempre viu essa cidade como um local de desenvolvimento.

As histórias ficam para outro momento. Este é meu jeito de homenagear minha irmã Irene que nos trouxe para essa cidade que, mesmo com os seus problemas comuns de uma cidade em desenvolvimento, não para de crescer e acolhe a todos com o aconchego de uma mãe. Amo minha cidade e por isso minha homenagem a “Princesinha do Extremo Sul” e seus 35 anos de emancipação política. Neuza Brizola- Jornalista.

Fonte: Neuza Brizola

Tags:   Aniversário homenagem Teixeira de Freitas
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