Declaração de bens/ Foto divulgação
Com a aproximação das eleições municipais, os candidatos que aspiram ocupar cargos eletivos devem não apenas registrar suas candidaturas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas também declarar seu patrimônio e os respectivos valores. No entanto, uma análise detalhada das declarações de alguns candidatos a prefeito em nossa região revela uma prática preocupante: a subvalorização intencional de bens, que levanta suspeitas de tentativa de burlar a lei.
Ao examinar as declarações patrimoniais, ficamos surpresos ao encontrar casos onde os valores declarados estão drasticamente abaixo do valor de mercado. Alguns candidatos, incluindo ex-prefeitos com uma notória fama de acumulação de riqueza, declararam possuir terrenos em áreas nobres, como em Teixeira de Freitas, por valores ínfimos — um deles, por exemplo, afirmou que sua propriedade em um condomínio de alto padrão valeria apenas R$ 7 mil.
Declaração de bens/ Foto divulgação
Essa discrepância é ainda mais evidente quando analisamos os valores de imóveis rurais declarados, que, em alguns casos, são tão baixos que não permitiriam sequer a compra de um lote em bairros periféricos. Outro caso alarmante envolve a declaração de um apartamento por pouco mais de R$ 20 mil, valor que não condiz com a realidade do mercado imobiliário.
Essas práticas não apenas levantam suspeitas de má-fé, mas também põem em xeque a credibilidade dos candidatos. Se aqueles que almejam governar um município já iniciam o processo eleitoral com informações falsas ou distorcidas, o que esperar de sua postura frente à administração pública e à transparência depois de eleitos?
As consequências dessas práticas são graves. A subvalorização patrimonial pode ser usada para mascarar o real poder econômico dos candidatos, dificultando o rastreamento de sua evolução patrimonial e, consequentemente, o combate à corrupção. Além disso, a omissão ou distorção de informações no registro de candidatura pode configurar crime eleitoral, passível de investigação e punição.
Alguns prefeitos sequer tem uma casa para morar/ Foto Divulgação
Diante dessas irregularidades, é essencial que o Ministério Público Eleitoral e os órgãos de fiscalização atuem com rigor para garantir que todos os candidatos cumpram a lei de forma transparente e honesta. A sociedade, por sua vez, deve permanecer atenta e exigir clareza nas informações divulgadas pelos seus futuros governantes, reforçando a importância de um processo eleitoral limpo e justo.
Alguns prefeitos e ex prefeitos não tiveram nada a declarar, nem uma casa para morar, mesmo sendo de conhecimento de todos que eles vivem em suas mansões.
